Em apenas quatro horas, o projeto “Foot Trodden – Portugal & the wines that time forgot” (“Pisa a pé – Portugal e os vinhos que o tempo esqueceu”) alcançou a meta inicial de 9.900 euros através da plataforma de financiamento coletivo Kickstarter.
Duas semanas após o lançamento da campanha, a 18 de fevereiro, o projeto já recebeu 30.800 mil euros de quase 400 investidores, garantindo a venda de mais de 600 livros ainda antes de a obra estar concluída e à venda.
“Existem definitivamente muitas pessoas interessadas em Portugal e no vinho português, mas suspeito que existe outro grupo disposto a confiar em nós se dissermos que vai ser interessante, e querem juntar-se na viagem”, disse Woolf à agência Lusa.
A dupla ganhou uma grande audiência com o primeiro livro da parceria, “Amber Revolution”, considerado melhor livro de vinhos do jornal New York Times em 2018 e distinguido com o prémio Louis Roederer em 2019.
Dedicado à história de vinhos brancos com uma distintiva cor amarela produzidos na região italiana de Friuli, na Eslovénia e na Geórgia, foi traduzido em mais cinco línguas, nomeadamente italiano, mandarim, coreano, japonês e ucraniano.
“Food Trodden” pretende seguir a mesma senda, procurando dar contexto histórico e cultural à informação técnica sobre os vinhos.
“Sentimos que existe espaço para um livro que conte histórias e interesse a todo o tipo de pessoas, e não apenas para especialistas ou aficionados do vinho. Estamos a tentar escrever um livro que chegue a diversas audiências, não queremos que seja apenas uma obra de referência”, explicou Woolf, britânico radicado em Amsterdão.
O trabalho é o culminar de três anos de investigação pelo país, que Simon Woolf visita regularmente na qualidade de escritor, seja para a revista Decanter ou para a ‘newsletter’ The Morning Claret, e onde o norte-americano Ryan Opaz, cocriador do bloque Catavino, se estabeleceu, no Porto, em 2013.
Opaz, que faz visitas guiadas sobre vinho e gastronomia em Portugal, destaca as histórias pessoais “fantásticas” de novos produtores na região do Vinho Verde ou Dão, regiões singulares como Colares e a Bairrada, e tradições únicas como o vinho de Talha, no Alentejo.
“Foi fantástico falar com tantas pessoas de uma forma mais profunda e analítica e ficar a conhecer histórias que não sabíamos que existiam, que às vezes elas não acham que são importante contar”, acrescentou.
O livro deverá ser publicado no outono, enriquecido, graças ao financiamento adicional, com um capítulo sobre o vinho da Madeira e uma série de ‘podcasts’ exclusiva para os participantes.
Se o financiamento continuar a aumentar, os autores estão a planear acrescentar um mapa desdobrável do país e criar uma base de dados eletrónica com informação sobre produtores de vinho emergentes em Portugal.
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