Numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social Twitter, Fernando Medina lembrou que Lisboa “conta felizmente” com obras do escultor no espaço público, nomeadamente o monumento de homenagem ao 25 de abril de 1974 e o Lago das Tágides, no Parque das Nações.
“Dono de um estilo inconfundível, deixa na pedra a marca das diversas forças e influências que o moldaram enquanto criador”, pode ler-se ainda.
De acordo com Fernando Medina, o legado do artista “permanecerá duradouro tal como as pedras que trabalhou e nunca será indiferente para ninguém”.
A mensagem do autarca termina com as condolências à família e amigos.
João Cutileiro (1937-2021), que estava internado num hospital de Lisboa com graves problemas respiratórios, morreu hoje, aos 83 anos, revelou à Lusa a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira.
Em 1985, João Cutileiro mudou-se de Lagos, no Algarve, para Évora, onde se fixou e onde deixou exposta, na sua própria casa, boa parte de uma obra multifacetada, em que também trabalhou materiais como o cimento fundido, o bronze, o ferro soldado, o gesso, além do mármore, muitas vezes corroído com ácido.
Cutileiro viveu e trabalhou em Évora desde 1985. Frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (“Tentativas Plásticas”) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.
Foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último, concedido em 2017.
Em 2016, foi anunciada a doação do espólio de Cutileiro ao Ministério da Cultura, através da Direção Regional de Cultura do Alentejo, e à Câmara e Universidade de Évora, tendo esta oferta ao Estado português sido formalizada em 2018, quando o escultor recebeu a Medalha de Mérito Cultural.
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