Ópera de Paris compromete-se a ser mais diversa e inclusiva

 

O diretor da Ópera de Paris, Alexander Neef, apresentou hoje, em conferência de imprensa em Paris, as conclusões de um estudo sobre diversidade na instituição, no seguimento de uma petição dos trabalhadores, sensibilizados pelo movimento antirracismo “Black Live Matters”, surgido nos Estados Unidos.

O trabalho foi encomendado ao historiador Pap Ndiaye e à secretária-geral da Provedoria dos Direitos, Constance Rivière, que recomendaram uma reformulação nos concursos de admissão à Escola de Dança e no recrutamento de músicos para a orquestra e para os coros, procurando “localizar talentos” dentro e fora de França.

Alexander Neef comprometeu-se a ter, a partir da temporada 2021-2022, “uma maior presença de artistas de diversas origens”, tanto em palco como no processo de convites e encomendas a autores, sublinhando a intenção de ter uma comissão científica consultiva para as questões de diversidade.

“Não haverá mais caras pintadas de negro [‘blackface‘] ou de amarelo na Ópera de Paris e não iremos branquear a pele de determinados bailarinos, ainda que continuemos a fazer os grandes clássicos do bailado”, sublinhou Alexander Neef.

O diretor da Ópera de Paris afirmou ainda que será feito um trabalho de identificação e contextualização de estereótipos tanto no repertório lírico como de dança, mas tal “não significa reescrever os libretos”.

“Este relatório não é a conclusão de um processo, é um começo”, afirmou Alexander Neef, alertando que a mudança para uma instituição social e culturalmente mais diversa só deverá ter consequências a longo prazo.

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