Selo em Cabo Verde e Portugal comemora 50 anos da Associação Caboverdeana

A autorização para a emissão do selo, com o valor de 60 escudos (54 cêntimos de euro), num total de 15.000, e de 40 escudos (36 cêntimos), no total de 2.000, foi feita por uma portaria de 04 de fevereiro, assinada pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, com o início da circulação previsto para 10 de fevereiro.

Com o título “Cinquentenário da Associação Caboverdeana“, o selo comemorativo é da autoria do artista Domingos Luísa e surge no âmbito de uma emissão conjunta do mesmo selo com os CTT, em Portugal, no valor de um euro, divulgado em outubro.

O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, atribuiu em fevereiro de 2020 a Medalha de Mérito à Associação Caboverdeana, reconhecendo o “contributo inestimável” e “esforço meritório” no apoio à comunidade imigrante do país, acabando por criar “um pedaço de Cabo Verde em Lisboa”.

No texto da condecoração com a Primeira Classe da Medalha de Mérito do país, cujo decreto presidencial a Lusa noticiou anteriormente, o chefe de Estado sublinha o trabalho desenvolvido pela Associação Caboverdeana também na divulgação, promoção, construção e afirmação “da cultura e dos valores” de Cabo Verde junto da comunidade cabo-verdiana em Portugal, durante meio século.

Jorge Carlos Fonseca recorda no mesmo texto o papel da então Casa de Cabo Verde em Lisboa, aquando da sua constituição, para os cabo-verdianos que à época escolhiam Portugal para viver, estudar ou trabalhar: “Era um espaço de celebração e divulgação da sua cultura. Esse foi o objetivo do grupo de estudantes que, na época, teve a iniciativa de fazer do oitavo andar da rua Duque de Palmela um pedaço de Cabo Verde em Lisboa”.

Recorda igualmente a organização da ajuda aos trabalhadores cabo-verdianos, à época, da construção civil e da Lisnave, que era feita pela instituição, recolhendo “roupas de inverno” durante as habituais confraternizações de Natal.

Além disso, até à proclamação da independência, em julho de 1975, funcionava também como Grupo de Ação Democrática.

“Houve aposta firme e militante, também bem-sucedida, na luta e divulgação dos ideais da soberania e independência nacionais e na defesa dos diretos e interesses dos cabo-verdianos, por uma sua progressiva integração social”, prossegue o texto.

Após a independência de Portugal, a instituição — entre outras transformações entretanto vividas – foi transformada na atual Associação Caboverdeana, passando durante este período a acompanhar “as mudanças sociais e políticas no país, como espaço de discussão e debate de ideais”, reunindo, em particular, o contributo de jovens estudantes e intelectuais.

Acrescenta o texto da condecoração que nos últimos anos, “graças ao dinamismo e empenho” dos atuais dirigentes da instituição, a comunidade cabo-verdiana em Lisboa “foi alvo de diversos programas de integração e formação de jovens, com destaque para as campanhas de alfabetização, recenseamento e legalização, ensino da língua cabo-verdiana, entre outras, preparadas e realizadas nas suas instalações”.

“Nestes 50 anos de vida, a Associação Caboverdeana foi ponto de chegada, encontro e confraternização de cabo-verdianos, portugueses e de outras nacionalidades, em busca da cultura das ilhas: música, gastronomia, artes plásticas, literatura, debates”, aponta ainda a condecoração, que classifica a instituição como “mais do que uma mera associação” e sim um “centro cultural de Cabo Verde no coração de Lisboa”.

 

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