Este foi “um evento muito surpreendente, porque é o primeiro desde 2019”, começa por destacar o responsável, antes de lembrar que a edição do ano passado, que estava planeada para acontecer em Budapeste, capital da Hungria, foi feita em formato digital, devido à pandemia de covid-19.
“O que é muito espantoso é que chegámos a 2.600 profissionais presenciais, ligeiramente acima da última edição [presencial]. Não pensámos que fosse acontecer, mas o que é muito satisfatório é ver que a comunidade continua viva, continua a querer ver concertos”.
Alexander Walter realça que, “felizmente, Portugal é bem gerido em termos de covid-19” e, por isso, foi possível realizar o evento.
Para além do “núcleo do Womex”, que são as relações estabelecidas entre profissionais da indústria da música, “à noite há ‘showcases’ para o público”, que foram esgotados, com cerca de três centenas de bilhetes vendidos para as três noites.
Os números foram restritos pela pandemia de covid-19, mas chega ao final com sensação de “missão cumprida”, ainda que com reticências.
“Foi a primeiro evento profissional deste tamanho desde a pandemia, mas ainda está cá, não nos podemos esquecer. Esperemos ter próximos anos igualmente fortes, mas é o que temos de ver, e aí a missão estará cumprida, quando continuarmos os negócios como estávamos habituados”, concretizou.
No último dia do certame, foi oficializado um segredo mal guardado — o Womex regressa a Portugal para o ano, desta vez em Lisboa.
“É uma exceção. O Womex existe há 25 anos e nunca viemos a Portugal, é muito estranho. Agora aconteceu e fazemos uma coisa que nunca fizemos: ir a um país duas vezes, em duas cidades diferentes, em anos consecutivos. É muito entusiasmante. São duas faces muito diferentes de Portugal”, afirmou.
Outra exceção foi o Palco Lusofónica, dedicado a artistas de língua portuguesa e seus “familiares”, como artistas galegos.
Ao todo, dentro e fora do Palco Lusofónica, atuaram no evento 13 projetos portugueses.
“Definitivamente terá um foco em Portugal outra vez [em 2022]. Ainda estamos a trabalhar nisso. Portugal, a música portuguesa e os seus profissionais, são parte da comunidade Womex há muitos anos, mas este ano foi excecional. Quase 200 delegados de Portugal, acredito que regressem para o ano. Na programação, faremos algo na direção da lusofonia outra vez”, avançou.
O evento termina com uma cerimónia de entrega de prémios, em que a artista celebrada com o galardão máximo, o Womex Artist Award, é a cantora curda Aynur Dogan.
Durante cinco dias, o Porto recebeu a feira internacional, com mais de 200 stands, com representantes de mais de 100 países, e 60 artistas.
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