FBI apreende quadros de Basquiat em museu da Florida

 

A porta-voz do Museu de Arte de Orlando, Emilia Bourmas-Fry, disse que a polícia federal dos Estados Unidos estava a cumprir um mandado para aceder à exposição ‘Heroes and Monsters’ (Heróis e Monstros, em tradução simples), que está agora na posse do Governo, acrescentando que ninguém foi detido.

“É importante salientar que ainda não fomos levados a acreditar que o museu foi ou é objeto de qualquer investigação. Continuamos a ver o nosso envolvimento puramente como uma testemunha do acontecimento”, disse Emilia Bourmas-Fry, citada em comunicado.

De acordo com um mandado de busca, investigadores federais de crimes de arte estão a investigar as 25 pinturas após a sua descoberta em 2012. A controvérsia ganhou mais atenção depois da inauguração da exposição em Orlando, em fevereiro.

Jean-Michel Basquiat, que viveu e trabalhou na cidade de Nova Iorque, obteve sucesso na década de 1980 como parte do movimento neoexpressionista.

O Museu de Arte de Orlando foi a primeira instituição a exibir as obras que teriam sido encontradas num antigo armário alguns anos após a morte do artista nova-iorquino em 1988 por overdose de drogas aos 27 anos.

Questões sobre a sua autenticidade das obras surgiram quase imediatamente após a sua descoberta.

Os quadros foram pintados em 1982, mas especialistas apontam que o papel usado em pelo menos uma das peças abrangiam fontes da FedEx, que não foram usadas até 1994, cerca de seis anos após o óbito de Jean-Michel Basquiat, segundo o mandado.

Além disso, o produtor televisivo Thad Mumford, proprietário do armário onde as obras foram encontradas, havia dito aos investigadores que nunca teve nenhum quadro do artista nova-iorquino. Thad Mumford morreu em 2018.

O diretor do Museu de Arte de Orlando, Aaron De Groft, insistiu repetidamente que as obras são legítimas.

A exposição foi originalmente divulgada até junho de 2023 em Orlando, o museu anunciou mais tarde que terminaria na próxima semana.

Emilia Bourmas-Fry lembrou que os proprietários recusaram-se a prolongar o contrato e planeavam enviar os quadros para Itália para serem exibidos.

“Com base no meu treino e experiência, acredito que a data significativamente avançada da saída internacional da coleção de Mumford do Museu de Arte de Orlando era evitar um maior escrutínio da proveniência e autenticidade das obras pelo público e pela aplicação da lei”, disse um agente especial do FBI.

Nenhuma acusação criminal foi apresentada.

 

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